G1 Globo
A economia argentina entrou em recessão técnica após o Produto Interno Bruto (PIB) encolher 5,1% no primeiro trimestre de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior. Em relação ao último trimestre de 2023, o PIB recuou 2,6%, marcando a segunda queda trimestral consecutiva.
Novo Governo e Medidas de Ajuste Fiscal
Este período marca o primeiro trimestre completo sob o governo de Javier Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023. Milei prometeu cortes de gastos e déficit fiscal zero, medidas que começaram a ser implementadas de forma rigorosa. A paralisação de obras federais e a interrupção de repasses financeiros para os estados foram algumas das estratégias adotadas para reduzir os gastos públicos.
Milei também retirou subsídios de tarifas de serviços essenciais como água, gás, luz e transporte público, resultando em um aumento expressivo dos preços ao consumidor. Apesar dessas medidas, o ajuste fiscal permitiu que o país registrasse seu primeiro superávit desde 2008.
Impactos no Consumo, Emprego e Pobreza
A reorganização das finanças públicas teve um custo significativo para a população. O consumo privado caiu 6,7% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, e o consumo público recuou 5%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
A suspensão de projetos de infraestrutura resultou em perdas de empregos, especialmente no setor de construção. A taxa de desemprego aumentou para 7,7%, um salto em relação aos 5,7% registrados no final de 2023. Isso representou cerca de 300 mil novos desempregados desde o trimestre anterior.
A inflação acumulada de 276,4% e a intensificação da crise econômica colocaram 41,7% dos 46,7 milhões de argentinos abaixo da linha da pobreza.
Apesar dos desafios internos, a balança comercial argentina apresentou alguns resultados positivos. As exportações cresceram 26,1% no primeiro trimestre, enquanto as importações caíram 20,1%. Esta mudança ajudou a melhorar a posição comercial do país.
As medidas de ajuste fiscal de Javier Milei são vistas como necessárias para estabilizar as finanças do país após anos de déficits orçamentários. No entanto, os impactos sociais e econômicos são profundos, com aumentos significativos na pobreza e no desemprego. A população argentina enfrenta uma realidade difícil, enquanto o governo busca equilibrar suas contas e recuperar a confiança dos investidores globais.
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