Foto: redes sociais |
A mulher relata o turbilhão de emoções ao perceber que o bebê retratado no vídeo, vestindo o jaleco de uma fisioterapeuta enquanto esta dançava, era, na verdade, seu filho. O relato revela que ela compartilhou o vídeo inicialmente movida pela indignação, sem suspeitar da identidade da criança.
O incidente envolvendo a fisioterapeuta interagindo com o recém-nascido vestindo seu jaleco desencadeou uma série de demissões no Hospital Marieta Konder Bornhausen (Foto: Reprodução)
A mãe do recém-nascido que figura em um vídeo usando o jaleco de uma fisioterapeuta enquanto esta dançava compartilhou sua experiência com a NSC TV, destacando os sentimentos avassaladores que enfrentou nos últimos dias. A identidade da mulher será resguardada, e ela revelou que só percebeu que a criança nas imagens era seu próprio filho dois dias após o vídeo viralizar, gravado nas dependências do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.
— Eu cheguei a compartilhar o vídeo revoltada, e aí quarta-feira o
hospital contou que era meu bebê. Fiquei sem chão — desabafa aos
prantos.
A mãe relata que deu à luz gêmeos prematuros, que permanecem internados após virem ao mundo com apenas sete meses de gestação. Os bebês nasceram com 1,2 quilo e medindo 37 centímetros. No dia da gravação, as crianças tinham apenas 15 dias de vida, sendo que ela já tinha recebido alta e não pôde acompanhar seus filhos na UTI. De acordo com seu relato, ambos os bebês necessitaram de ventilação mecânica e, na ocasião da gravação, ainda estavam sendo alimentados por sonda.
No momento atual, o bebê envolvido no vídeo se encontra em isolamento devido a uma infecção bacteriana. Essa complicação foi diagnosticada após o incidente com a fisioterapeuta. O hospital assegura que a coleta para o exame que detectou a bactéria ocorreu no dia anterior à gravação que causou indignação não apenas na família.
Os pais concordam que não conseguem mais ter tranquilidade em casa enquanto seus filhos permanecem no hospital, um local onde anteriormente confiavam que estariam seguros.
—A gente não come, não dorme, só chora. É inadmissível o que ela fez — diz o pai.
Visivelmente emocionada, a mãe prossegue:
— Eles são tão pequeninos. Estão lutando pela vida deles. Espero justiça. Que quem fez isso pague
Conforme Mariani Regina da Silva, advogada representando a família, os pais buscarão compensação financeira e reparação civil tanto da profissional envolvida quanto do hospital. Em comunicado, a unidade hospitalar declarou que o bebê "está em perfeito estado de saúde".
Assista ao vídeo da dança com o bebê vestindo o jaleco
Responsabilização
Dois dias após o incidente tomar proporções públicas, o Hospital Marieta Konder Bornhausen anunciou a demissão da fisioterapeuta e de três técnicas de enfermagem envolvidas. O vídeo demonstra que, enquanto a fisioterapeuta realizava a dança com o bebê no bolso de seu jaleco, outras pessoas estavam na sala, rindo da cena.
O Conselho Regional de Fisioterapia revelou que a profissional foi imediatamente suspensa de suas funções de maneira cautelar, além de ter sido iniciado um Processo Ético Disciplinar. O Conselho Regional de Enfermagem afirmou não ter recebido denúncia oficial, mas está acompanhando o caso juntamente com o hospital.
A Delegacia de Proteção à Criança de Itajaí iniciou uma investigação para apurar possíveis crimes: exposição da criança a uma situação humilhante e maus-tratos, dadas as circunstâncias de o bebê ser prematuro e estar sob os cuidados, mesmo que temporários, da profissional naquele momento.
Um alerta
O pediatra Juarez Furtado ressalta que apenas a partir do terceiro mês de vida a criança começa a desenvolver musculatura e tonicidade para movimentar e sustentar a cabeça. Portanto, ele emite um aviso:
— Principalmente no período de recém-nascido, até os 29 dias, é importante
que a criança não seja exposta a movimentos bruscos e nem a atividades
que levem ela a risco— ele enfatiza.
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