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Dados da Secretaria de Saúde do Estado revelam um crescimento significativo dos casos de sífilis em Santa Catarina desde 2012
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O número de casos de sífilis está em disparada em Santa Catarina nos últimos dez anos. As informações fornecidas pela SES/SC (Secretaria de Saúde de Santa Catarina) apontam para um aumento constante dessa doença no estado.
De acordo com os registros de 2012 a 2022, a cada dia, quatro indivíduos são diagnosticados com sífilis em Santa Catarina. Em 2012, os números indicavam 574 pessoas vivendo com a doença no estado. Já em 2022, esse número saltou para 15.702 casos.
Conforme a infectologista Renata Zommer, esse aumento era esperado. Pode ser resultado da falta de uso de preservativos ou da maior procura por testes para detecção da doença.
Regiões de Santa Catarina com Maior Incidência
A região Nordeste do estado liderou os casos no último ano. Um total de 2.606 pessoas foram diagnosticadas com a doença na região em 2022. De acordo com as autoridades estaduais, os municípios que compõem essa região incluem Araquari, Balneário Barra do Sul, Campo Alegre, Garuva, Itapoá, Joinville, Rio Negrinho, São Bento do Sul e São Francisco do Sul.
Na sequência, temos a região da Foz do Rio Itajaí, com 2.110 casos. Essa região é composta por cinco municípios (Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Penha), formando o núcleo metropolitano, além da área de expansão metropolitana, com quatro municípios (Bombinhas, Itapema, Balneário Piçarras e Porto Belo).
Entendendo a Sífilis
Segundo o Ministério da Saúde, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença pode se manifestar em vários estágios clínicos e fases (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
Nos estágios primário e secundário da infecção, há maior risco de transmissão. A sífilis pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada ou da mãe para o bebê durante a gravidez ou parto.
A infecção por sífilis pode colocar em risco tanto a saúde do adulto quanto a do bebê durante a gestação. O acompanhamento das gestantes e parceiros durante o pré-natal é fundamental para prevenir a sífilis congênita.
Em estágios mais avançados da doença, como na sífilis terciária, a falta de tratamento adequado pode levar a complicações graves, incluindo lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Sinais da Doença
Sífilis Primária
- Ferida geralmente única no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo do útero, ânus, boca ou outros locais da pele), surgindo entre 10 e 90 dias após o contágio;
- Essa lesão, conhecida como "cancro duro", é rica em bactérias;
- Normalmente indolor, não coça, não arde e não produz pus, frequentemente acompanhada de ínguas na virilha;
- Desaparece por si só, independentemente de tratamento.
Sífilis Secundária
- Sinais e sintomas surgem de seis semanas a seis meses após o aparecimento e cicatrização da ferida inicial;
- Podem aparecer manchas no corpo, geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, ricas em bactérias;
- Febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo podem ocorrer;
- As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, levando à falsa sensação de cura.
Sífilis Latente Assintomática
- Não há sinais ou sintomas visíveis;
- Divide-se em latente recente (até um ano após a infecção) e latente tardia (mais de um ano após a infecção);
- A duração dessa fase varia, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas das fases secundária ou terciária.
Sífilis Terciária
- Pode aparecer entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
- Sintomas e sinais comuns, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo ser letal.
Uma pessoa pode estar infectada com sífilis sem saber, pois a doença pode surgir e desaparecer, permanecendo latente no organismo. Por isso, é fundamental praticar o sexo seguro, realizar exames e, se a infecção for identificada, buscar tratamento adequado.
Teste Rápido para Sífilis
O teste rápido para sífilis é disponibilizado gratuitamente nas unidades de saúde - Foto: Prefeitura de Xaxim/Divulgação/ND Diagnóstico da Sífilis
O teste rápido (TR) para sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil realização, com resultado obtido em até 30 minutos. Não exige laboratório para interpretação. Esse é o principal método de diagnóstico da sífilis.
O TR para sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, como parte da estratégia para ampliar o diagnóstico da doença.
Para casos de TR positivo (reativo), é necessário coletar uma amostra de sangue e encaminhá-la para um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmar o diagnóstico. O histórico clínico-epidemiológico da mãe, o exame físico do bebê e os resultados dos testes, incluindo exames radiológicos e laboratoriais, são avaliados para um diagnóstico preciso da sífilis congênita.
Tratamento
A penicilina benzatina (benzetacil) é o tratamento recomendado, aplicável na unidade de saúde mais próxima. Até o momento, esse é o método mais eficaz para combater a bactéria causadora da doença.
Quando detectada em gestantes, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível com penicilina benzatina. Essa é a única maneira de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho.
Tenha mais informações sobre a doença e saiba como se prevenir
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